sábado, 25 de abril de 2009

Quase sendo

Quase sempre tem algo a mais pra se falar ... algo que viria logo após um suspiro, e que foi calado por um gesto ou palavra. Quase sempre tem algo que quase foi. E em todo esse quase sempre, quase nunca dá pra achar um espaço pra se encaixar um pedaço do que se quer dizer. Ou quase sempre dá.

Eu tenho vivido de absorção quase pura. A todo momento. Mal consigo escrever. Uma vez um amigo me disse que alguns de nós temos fases de absorção, aonde lemos, escutamos, vemos e sentimos; e temos fases de criação, aonde sintetizamos com imaginação e arte aquilo que foi absorvido. Existem pessoas que vivem esses processos simultaneamente. Eu creio que vivo o primeiro, já há algum tempo.

Esse ano tem sido bom para mim. Bom e ruim. Estou mais lúcido, mais acordado para o mundo, e tenho medo disso. Por mais que a dor me sufocasse quando eu era um mero sonhador, eu tinha meus sonhos para me confortarem. E agora eu tenho minha lucidez para que os pesadelos não me atinjam. Já sinto uma necessidade insuportável e inadiável de auto-conhecimento. Mas preciso de sonhos que me digam, me digam mais que qualquer manual ou bula possam dizer sobre o que eu sou. Eu sou meus sonhos, no fundo é isso o que todos somos.