quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Porta fechada

Uma porta
Maciça
Em minha frente
Imponente

Do outro lado
Seres fantásticos
Uma sereia, um dragão, um fauno
E outras criaturas mágicas

Quero falar com eles
Quero estar com eles

Ouço um som
De miraculosa cítara
E mágicas harpas
Que lançam lindas notas ao ar

Quero dançar com eles
Quero cantar com eles

Mas a porta
Impassível
Que eu não consigo abrir
Continua, imponente
Em minha frente

Abram , abram !

sábado, 2 de janeiro de 2010

A rede

O presente momento é de inquietude. Porque a vida tem isso, de que se a gente não larga a mão de alguma coisa, a gente acha que essa coisa prende a gente de viver um monte de outras coisas. Mas se a gente deixa passar essa coisa, às vezes se arrepende de ter perdido, e fica pensando que talvez fosse justamente aquilo que ia fazer a gente feliz, ou talvez não. E é justamente esse estado de suspensão, de por resolver, de ser ou não ser, que faz com que venha aquele sofrimento de deixar a gente desorientado mesmo, sem saber pra onde ir. É talvez uma dor pior do que aquelas dores que a gente sofre muito, mas pro bem ou pro mal, dá pra saber que vai durar um tempo, mas vai acabar.
E nesses momentos se pensa se vale mesmo a pena sofrer por um apego, porque a vida humana tem muito disso, da gente se apegar, perder e sofrer, e depois repetir o ciclo até chegar ao fim dos nossos dias com a alma cheia de cicatrizes. Aí o que tentamos fazer é aprender a não se apegar, ou se apegar mais moderadamente, ter essa sabedoria. Mas chega logo uma coisa nova que arrebata de repente nosso coração, e a gente vê que tudo isso foge muito do nosso controle e, por vezes, cai de novo na rede das paixões.

(E se a gente acha um apego que nos satisfaz pro resto da vida ?)