Dou de cara no muro
Uma, duas, três vezes
E o furo da memória, que vaza
É só a chuva lá fora
Antes fosse, antes seja
E quase nada mais
Voltei de viagem ainda agora
Já estive nesse lugar
E as horas que o ponteiro arrasta
Puxam os pés para a estrada
Que aguarda, de mãos atadas
O destino que não se cumpriu
Passos, e refaço o caminho
Tiro espinhos da sola
E quando vejo estou ainda
No agora, no agora, no agora...
Porém, silente, a chama me convém
E, além disso, já estou
Já não é mais aurora
Da noite quero um beijo
Que é senhora vagando
E, como eu, a rasgar
Folha após folha
As saudades desenhadas
Faço por desdenhar do que me agrada
Me distancio, corro e pulo
Na vontade que aguarda meu corpo
E acolhe, gelada, no verão
Estacionando os anseios
Em vagas impressões de um futuro
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